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Para a seleção brasileira, vencer a Venezuela não é mais que obrigação. Em casa, então, nem se fala. E quando o placar for por 3 a 1? Dá para dizer que o Brasil jogou para o gasto. Foi o que aconteceu em Fortaleza nesta terça-feira (13/10), pela segunda rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.
A sorte que o técnico Dunga costumava levar contra Argentina e Chile não é vista na mesma escala quando o adversário é a Venezuela. Foi com Dunga no comando que a seleção perdeu para os vinotintos pela primeira vez na história (2 a 0, em 2008) e empatou pela primeira vez em casa (0 a 0, em 2009).
A partida anterior no classificatório – derrota para o Chile, por 2 a 0 – desencadeou algumas mudanças na seleção. Na linha, entraram o zagueiro Marquinhos, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o atacante Ricardo Oliveira. David Luiz havia se machucado. E Marcelo e Hulk foram sacados mesmo. A alteração que mais chamou atenção foi no gol. Jefferson, veterano, experiente, deu lugar a Alisson, que estreava pela equipe. Pressão sobre ele, em caso de falha. Fato é que o goleiro ficou nervoso na partida.
A sorte é que Willian resolveu as coisas cedo. Com 30 segundos de jogo, ele recebeu uma bola de Luiz Gustavo – que a roubou no campo de ataque – e soltou a bomba. Brasil 1 a 0. O time ainda jogava no 4-2-3-bola pro Neymar, mas desta vez Willian chamou o protagonismo. Ele marcou 2 a 0, aos 41 minutos.
Na etapa final, a Venezuela abusou do jogo aéreo e se deu bem: descontou aos 18 minutos, com Santos, após passe de cabeça de Vizcarrondo. Em seguida, Dunga tirou Oscar e colocou o meia Lucas Lima. O Brasil ganhou criatividade no meio-campo. Aos 29, o terceiro gol do Brasil. Douglas Costa cruzou da esquerda. Ricardo Oliveira cabeceou no canto.
Vencer a Venezuela em casa, ainda que jogando para o gasto, era obrigação e o Brasil cumpriu. Vale a conta: basta vencer todos os jogos em casa e somar um pontinho fora. Isso dá 28 pontos. Com a Eliminatória nesse formato com 10 equipes, apenas uma vez a equipe que somou pelo menos 50% dos pontos ficou de fora: a Colômbia, 6ª colocada no classificatório de 2002, com 27 pontos – o Uruguai, que ficou em 5º e jogou a repescagem, também fez 27 pontos e foi superior no saldo de gols. Para 2006, o Uruguai ficou em 5º ao somar 25 pontos (46%). Para 2010, a Celeste novamente terminou em 5º, com 24 pontos (44%). Nos dois casos, o quarto colocado tinha 28 pontos – Paraguai, em 2006, e Argentina, em 2010.
De qualquer forma, a repescagem será contra o campeão da Oceania. Se não passar de um adversário cujo nível máximo é a Nova Zelândia… No caso do Brasil, por incrível que pareça, é melhor perder de 7 a 1 que não ir à Copa.
O próximo jogo é daqui a um mês, contra a Argentina. Em Buenos Aires.
Atuações do Brasil contra a Venezuela
Alisson |
5,5 |
Três defesas. Nervoso, fez algumas intervenções esquisitas. Sem culpa no gol |
Dani Alves |
5,5 |
Razoável no apoio. Falhou no gol da Venezuela |
Miranda |
6,0 |
Foi bem na marcação e na saída de bola |
Marquinhos |
5,5 |
Atuação tranquila na maioria dos lances. Cometeu alguns errinhos |
Filipe Luis |
7,0 |
Um passe para gol, um bom cruzamento e muita vontade no apoio |
Luiz Gustavo |
7,0 |
Fez a jogada do 1º gol. Seguro na marcação e no apoio |
Elias |
6,0 |
Foi bem nos passes e razoável na marcação |
Willian |
7,5 |
Fez dois gols, entre outras boas jogadas |
Oscar |
5,0 |
Duas boas jogadas, mas errou lances fáceis. Estava melhor sem a bola |
Lucas Lima |
6,0 |
Entrou aos 19-2º. Bons passes e apoio ao ataque. |
Douglas Costa |
6,0 |
Deu o passe para o 3º gol. No mais, não se destacou |
Kaká |
6,0 |
Entrou aos 30-2º. Quase marcou um gol. |
Ricardo Oliveira |
6,5 |
Oportunista, marcou um gol. Pouco fez além disso |
Hulk |
sem nota |
Entrou aos 35-2º. Jogou pouco tempo. |