Compartilhe o post "Holanda 0 x 0 Argentina. A Argentina invertida"
A Argentina entrou nos mata-matas de Copa do Mundo com uma campanha respeitável – três vitórias em três jogos – mas ilusória, já que só enfrentou adversários inexpressivos. Em três jogos de mata-mata, disputou 330 minutos e só fez dois gols. Porém, não sofreu nenhum. E, nesta quarta-feira (9/7), habilitou-se para a final, contra a Alemanha, no dia 13 de julho. Vai repetir uma decisão ocorrida em 1986 e 1990, que registrou uma vitória para cada lado.
Como isso foi possível? Na prática, a Argentina passou por uma inversão de valores. A defesa era criticada e o ataque, exaltado. Nas três vitórias pela fase de grupos, o time sofreu alguns apuros na defesa contra potências como Bósnia, Irã e Nigéria, mas venceu porque tinha Messi resolvendo as coisas na frente. Nas oitavas-de-final, passou apertos contra a Suíça e só triunfou com um gol no fim da prorrogação. Mais tarde, contudo, o time soube segurar a Bélgica (venceu por 1 a 0 nas quartas). E também a Holanda. Após um empate sem gols, o goleiro Romero, contestado antes da Copa, tornou-se herói ao defender duas cobranças. Se por um lado o ataque parou de funcionar, por outro a defesa mostrou-se eficiente, apesar das críticas.
Ajudou também o fato que a Holanda foi defensiva na semifinal. A formação escolhida pelo treinador Louis Van Gaal deixava a equipe com três zagueiros, dois laterais (um deles, Blind, foi zagueiro em outros jogos) e dois volantes marcadores – De Jong, que voltava após lesão, e Wijnaldum. Para atacar, só o meia Sneijder e os atacantes Robben e Van Persie. A Argentina, no 4-4-2, não teve trabalho para contê-los, mesmo porque Mascherano tomou conta da marcação de meio-de-campo e não deixou ninguém se criar por ali. A defesa estava forte como nunca, tanto que Romero só foi defender uma bola de fato na prorrogação. Do outro lado, Messi, bem marcado, nada fez de útil. Palacio chegou a perder a única grande chance da partida, já no tempo extra, ao cabecear nas mãos de Cillessen.
O empate sem gol após 120 minutos foi inevitável. A decisão por pênaltis também. A Holanda tinha um herói para essa ocasião, o goleiro Krul (que defendeu dois pênaltis contra a Costa Rica). Van Gaal, contudo, não lançou mão dele. Fez a terceira substituição – o “seis” Van Persie pelo “meia-dúzia” Huntelaar – ainda na prorrogação. Teve que apostar em Cillessen, titular do gol holandês na Copa, mas que nunca defendeu um pênalti na carreira. Moral da história: enquanto Cillessen nada fez nos chutes de Messi, Garay, Agüero e Maxi Rodriguez, Romero parou as cobranças de Vlaar e Sneijder (Robben e Kuyt acertaram). A Argentina, de Messi, se classificava para a final devido à atuação de seu mais contestado jogador. Dá-lhe inversão.
Holanda 0 (2) x 0 (4) Argentina | |
Holanda (5-3-2) | |
1.Cillessen | 6,5 |
15.Kuyt | 6 |
3.De Vrij | 7 |
2.Vlaar | 7 |
4.Indi | 5,5 |
><7.Janmaat, int | 6 |
5.Blind | 6 |
6.De Jong | 5,5 |
><16.Clasie, 17-2 | 5,5 |
20.Wijnaldum | 6 |
10.Sneijder | 6 |
11.Robben | 6 |
9.Van Persie | 5,5 |
><19.Huntelaar, 6-1 prorr. | s/n |
Argentina (4-4-2) | |
1.Romero | 7 |
4.Zabaleta | 6 |
15.Demichelis | 7 |
2.Garay | 6,5 |
16.Rojo | 6,5 |
14.Mascherano | 7,5 |
8.Pérez | 6 |
><18.Palacio, 36-2 | 5 |
6.Biglia | 6 |
10.Messi | 6 |
22.Lavezzi | 5 |
><11.Maxi Rodríguez, 11-1 prorr. | s/n |
9.Higuaín | 5 |
><20.Agüero, 37-2 | 5 |